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Aquele que não arrisca não ganha

Entrevista com o engenheiro Nicolás Jodal, Vice-Presidente da ARTech: um balanço do XVI Encontro Internacional GeneXus.

Depois do Encontro Internacional GeneXus, Nicolás Jodal, Vice-Presidente da ARTech, fez um balanço do evento e das perspectivas a futuro. Destacou a passagem de GeneXus 9.0 a GeneXus Rocha, uma aposta por uma mudança radical. Neste sentido, Jodal entende que o risco e a mudança devem ser tomados como uma atitude constante e não como um último recurso.

Como avalia o Encontro Internacional Genexus?

Acho que foi um evento muito bom, fiquei muito contente. Foi o maior até agora. Pessoalmente sempre o vivo com muito nervosismo antes, com a preocupação de se vai sair tudo bem, se as pessoas vão gostar e, sobretudo, se vai ser útil. E então, quando termina e se vê o resultado, se nota que realmente aconteceram as coisas que queríamos fazer, ficamos muito mais contentes. Geralmente sempre fazemos uma lista de coisas para melhorar no ano seguinte, inovações e outras coisas. No entanto, foi muito bom, me parece que foi muito útil para as pessoas.

Quais eram os objetivos centrais que foram planejados para o Encontro?

Sempre existe um objetivo geral, que é que as pessoas estejam atualizadas no mundo do desenvolvimento de aplicações, que vejam as coisas que se estão trabalhando e as oportunidades novas que podem tomar. Em particular, neste evento estávamos fazendo o anúncio da uma nova versão, GeneXus Rocha, em particular de seu primeiro CTP, que inicia o processo de beta testing.

Como é uma versão muito radical, nos dias prévios estávamos um pouco na dúvida de como as pessoas iam receber. São estas coisas que acontecem quando você vai mostrar algo novo, que acabou de construir e você fica na dúvida de se vai funcionar. Você se joga na piscina, vai haver água ou não, as pessoas vão gostar ou não. Para nosso entusiasmo, GeneXus Rocha foi muito bem recebido. Inclusive nos dias posteriores, nos fóruns e coisas relacionadas com a versão, se mostrou um entusiasmo bastante importante.

Atualmente está se trabalhando com Genexus 9.0, um produto que é muito estável e está funcionando muito bem. O desenvolvimento da versão Rocha, que é totalmente nova e radical, não lhes resultou uma decisão muito arriscada?

Em informática, de vez em quando você tem que tomar essa decisão de fazer uma mudança radical. E é muito melhor fazê-lo nas suas próprias condições que quando as circunstâncias assim o exigem. Tem vezes que a mudança é determinada porque você tem um produto velho, obsoleto, e tem que fazer uma inovação.  E é muito complicado fazê-la na defensiva. Por isso é que justamente no momento em que estávamos, em uma boa situação, dissemos: “bom, este é o momento de arriscar”. Arriscar quando estão correndo atrás de você é muito difícil, por isso tomamos a decisão de fazê-lo agora.

E estão satisfeitos com o recebimento de Rocha?

Sim, estamos. Na realidade, este é todo um processo de mais de um ano, é o começo nada mais. Mas estamos muito contentes com a recepção inicial. A partir de agora vamos ter que prestar exames, mais ou menos a cada mês ou mês e meio. O Encontro foi o primeiro de GeneXus Rocha com a Comunidade. Até antes do evento a havíamos mostrado, mas ninguém a havia levado. É a primeira vez que lhes dizemos “tomem, levem e use-a”. Já está em condições de ser usada, pelo menos em uma parte.

Dois pontos destacados do Encontro foram também a apresentação do livro de Genexus e os Collaborative Projects ou Projetos Colaborativos.

A apresentação do livro foi uma coisa muito boa. Sempre tínhamos querido fazer um livro e nos havia custado muito internamente, porque estávamos em muitas outras coisas. Mas o professor Márquez Lisboa veio e se ofereceu e fez um livro excelente em muito pouco tempo.

Outra das coisas interessantes foram os projetos colaborativos. É interessante como a Comunidade de GeneXus deu um passo a mais, passou para um nível mais sofisticado através da colaboração entre os diferentes membros, que isso para mim foi bárbaro. Foi uma surpresa, poder ver fatos concretos, em uma coisa que estão trabalhando seis pessoas em três ou quatro países do mundo, que nunca viram seus rostos e que se conheceram no dia do evento. Estes projetos fazem com que a Comunidade  seja mais forte e que possa fazer mais coisas.

Mas, além disso, houve outras novidades com respeito aos anteriores eventos...

Sim. Os Cafés Tecnológicos foi uma inovação, queríamos ver se as pessoas gostavam do conceito. Queremos melhorá-lo para o ano que vem, mas em geral, funcionou. A outra coisa que funcionou foi a rádio on-line, que transmitia durante a tarde. Era muito importante para nós ver que inovações oferecíamos e funcionaram, assim que temos que continuar e melhorá-las para o ano que vem.

Também nos chamou a atenção, falando de temas técnicos, é o tema dos GeneXus Patterns. Nós o lançamos há dois eventos atrás, a primeira vez que o lançamos,as pessoas acabavam de entender de que se tratava. O ano passado foi um pouco maior a recepção, e este ano foi bárbara. Assim que uma das coisas importantes do Encontro foi a consolidação da idéia dos patterns como mecanismo de aumentar a produtividade.

O que vai ser discutido no próximo Encontro Internacional Genexus?

Para o ano que vem, acho que vamos estar discutindo basicamente o tema da versão Rocha e o tema das novas interfaces de usuário. A Microsoft está lançando o que se chama Windows Presentation Foundation, assim que isso vai ser muito discutido. Também o tema de SOA, Service Oriented Architecture, que está tomando cada vez mais força.

Como você acha que  Genexus está situado atualmente?

Acho que temos uma oportunidade como nunca antes tivemos. A indústria do software tem uma necessidade enorme de reconstruir suas aplicações, fundamentalmente passá-las para web. Nesse cenário estamos muito bem, estamos conseguindo que quase todos os nossos clientes possam fazer aplicações muito rapidamente e acho que isso vai aumentar as oportunidades das pessoas que trabalham com GeneXus, que isso é o que nos importa. Sobretudo, que as casas de software possam vender melhor seus produtos, aproveitando que têm aplicações grandes de tecnologia de ponta. Aí é onde está a oportunidade, e acho que estamos conseguindo, que este é o momento para conseguir isto.

Mesmo assumindo certos riscos...

Isso é parte da indústria do software: tem momentos onde deve-se fazer mudanças. E uma vez que temos que fazê-las, é melhor que tenhamos a liberdade de escolher o momento e que não sejam as circunstâncias as que o decidam. Deve-se ter isso em mente sempre e, em determinado momento deve-se jogar-se na água.

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