"Do que queremos falar 20 anos depois? Poderíamos encará-lo com um racconto do que aconteceu nestes 20 anos, como preâmbulo à festa, e queremos comemorar. Mas, a melhor forma de comemorar os sucessos do passado é trabalhando para os sucessos do futuro", assim começou Breogán Gonda, presidente da Artech, sua palestra de encerramento do XX Encontro.
"Não estou muito propenso a me dedicar a esses 20 anos gloriosos e que já passaram. Porque o mais importante desses 20 anos é que nos permitem agora nos lançarmos para o futuro dos segundos 20 anos do GeneXus com muita mais força. Partimos de uma plataforma de lançamento muito mais alta, e isso faremos", continuou.
"Do passado só direi o seguinte: desde o começo tivemos algumas ideias claras. Queremos automatizar todo aquilo que seja automatizável, queremos obter uma abordagem descritiva, de tal forma que, descrevendo bem e com todo rigor as realidades de nossos clientes, possamos depois gerar automaticamente os sistemas que eles necessitam".
"Trabalhamos muito, investimos várias centenas de anos pessoa de pesquisa para chegar aqui onde estamos. Conseguimos fazer essas descrições em termos de conhecimento puro, com abstração total de toda conotação tecnológica e, portanto, tais descrições, sendo certas hoje, serão certas amanhã e sempre e nos impulsionam para o futuro, criando para esta nossa comunidade, uma enorme oportunidade nestes próximos 20 anos", assinalou.
"Lançamos mão da abstração e da sofisticação para permitir a nossos clientes resolver de uma forma simples seus problemas. No mundo, hoje, há grandes turbulências, há países que estão se favorecendo muito ao emergir como 'vencedores' desta crise, como o Brasil. Há outros que a enfrentaram com determinação e têm problemas, mas irão sair logo e há outros que de maneira mais conservadora não enfrentaram os problemas, e a saída vai ser mais difícil", assinalou.
"Cada caso é um caso, mas para nós todos os casos são oportunidades", destacou.
Gonda assinalou que, neste ano 2010, ele está fazendo 50 anos de se dedicar à informática e salientou que, embora neste extenso período a tecnologia "sempre tem se desenvolvido, sempre há uma aceleração de valor constante e, a cada tanto tempo, há um grande salto para a frente; em 50 anos vi dois e só dois grandes saltos."
O primeiro grande salto, segundo Gonda, foi em 1981 quando do lançamento ao mercado do IBM PC. “Por quê? Por duas razões: disponibilizou a informática para grande número de pessoas e criou as bases que viabilizaram a indústria de software.
O outro grande salto aconteceu em 1995, com a liberação da Internet para fins comerciais. "Foi uma explosão", assinalou Gonda, e explicou que em ambos os casos "o tempo de adoção não foi curto", visto que levou 10 anos "deixar de considerar o PC como um brinquedo", e 5 anos para "adotar de forma maciça reais aplicações dinâmicas em internet".
Gonda explicou que hoje o mundo tecnológico gira em torno de dois grandes conceitos: os smart devices e a nuvem (cloud computing). "Há uma diferença muito importante com as demais: na onda do PC houve dez anos para se preparar, e demoraram dez anos e nem por isso perderam o trem. Na onda de internet houve cinco anos. E agora, quantos há? Quatro, três, um? Não senhores, isto é aqui e agora. A grande diferença desta onda com as anteriores é a velocidade de adoção, porque quem toma a decisão não são as grandes corporações nem as médias empresas, quem toma a decisão é o cidadão comum, centenas de milhões deles no mundo todo, e essas decisões estão sendo tomadas rapidamente", sustentou.
"Temos um grande desafio, precisamos satisfazer esse mercado agora e temos uma grande oportunidade, é um mercado de dimensão planetária, como nunca pensamos que pudesse existir", destacou.
Gonda realizou um importante anúncio, no marco de um compromisso com a comunidade GeneXus. Trata-se da iminente publicação do protocolo de intercâmbio de conhecimento, "com todos os detalhes e todos os conceitos. Será licenciado sob uma licença aberta, de modo que qualquer empresa neste planeta possa utilizá-lo como bem quiser, e modificá-lo e se inspirar nele se for o caso", informou.
O presidente da Artech destacou, "com toda humildade e sem nenhuma modéstia", a liderança do GeneXus em seu nicho. "Conseguimos uma posição de total liderança" que segundo Gonda, baseia nos seguintes fatores: "o poder do que geramos", a "expansão geográfica", a "permanência" e "o que é mais importante que todos esses juntos: nossa comunidade. A comunidade de profissionais que no mundo inteiro desenvolve todos os dias sua identidade ao redor do GeneXus e que hoje ultrapassa os 75.000".
"Estamos em um momento singular da história. Faz muitos anos que a gente lê coisas que falam da era do usuário, do poder nas mãos do usuário; mas agora chegamos ao momento em que é viável e vai ser um imperativo categórico para nossos clientes e os clientes dos nossos adversários. Esta revolução tecnológica aumentará de uma forma exponencial as necessidades e como vocês viram estes dias, estamos prontos para satisfazer essas necessidades. Não porque tenhamos ganhado o céu, o céu a gente ganha a cada dia, mas no grid da largada estamos muito bem posicionados", concluiu.