I Encontro GeneXus :: a história do I Encontro GeneXus através de seus protagonistas

Através de vinte Encontros, passaram-se duas décadas repletas de diversos acontecimentos, imersos em uma dimensão temporária que nos fez testemunhas da migração do século XX para o XXI. A par das transformações sociais, culturais e tecnológicas implícitas nesse trânsito, GeneXus e a Comunidade de usuários não cessaram de evoluir.


Por isso, a partir de hoje e em periódicas entregas, começamos uma retrospectiva que nos permitirá visualizar o avanço da Comunidade GeneXus no decorrer destes vinte anos.


Quem foram seus protagonistas? O que acontecia no mundo em nível social e tecnológico? Ainda, em cada entrega compartilharemos um valioso material do baú das lembranças: fotografias, vídeos, materiais gráficos.


Breogán Gonda, Nicolás Jodal, Karina Santo, Jorge Mastropietro y Gustavo Proto, com vocês!


Breogán Gonda :: “Vinte anos desafiando o paradigma e tentando alcançar nossos sonhos”

“Duas décadas construindo valor em comunidade; desafiando os paradigmas; perseguindo objetivos e sonhos; tornando possível a realização de ideias, por mais impossíveis que pareçam.

O I Encontro GeneXus foi realizado no ano 1990, depois do nascimento da Artech em 1988 e depois da liberação da primeira versão do GeneXus. Um pequeno grupo de pessoas, todos eles os primeiros usuários GeneXus, reunidos na Câmara de comércio Uruguai-Espanha (Veja o videclipe comemorativo no final da página).


A ferramenta solucionava uma grande necessidade da época: a geração automática que resolvia a produtividade (naquele momento o propósito era gerar 70 % dos programas necessários, gerar a base de dados e depois manter automaticamente tudo o que fosse gerado). Começamos com um reduzido número de clientes que eram por sua vez colegas que, além de se ver seduzidos pela idéia do que significava GeneXus, depositaram no nosso trabalho também sua confiança. E tivemos nosso primeiro grande problema de performance!


Foi um grande desafio, que nos empenhamos em resolver, trabalhamos duro dia e noite durante duas semanas, um grande esforço concentrado em resolver o problema. E resolvemos! Naquele momento fomos Nicolás Jodal, Karina Santo, Jorge Mastropietro, Gustavo Proto e eu”.
 

 O primeiro problema resolvido

“O I Encontro GeneXus foi fruto deste problema de performance, os clientes foram convocados e avisados de que receberiam uma próxima versão do GeneXus, atualizada”.


“Este primeiro Encontro teve dois resultados: em primeiro lugar negativo. Durante os oito meses seguintes não conseguimos vender nada! Porque as pessoas se assustaram, isso para começar... Mas o melhor resultado foi nos vinte anos seguintes, pois, para dizer a verdade, a gente não parou. Este início marca os alicerces de nossa forma de trabalhar, nós assumimos que sempre há problemas; quando houver problemas, nós assumiremos e resolveremos. Na indústria do Software não existe a ausência de problemas, exceto quando o produto está morto. Os problemas também fazem parte da enorme velocidade da inovação”.

Depois do susto inicial, muitos novos usuários começaram a utilizar GeneXus e os desenvolvedores perderam o medo, baseados nos resultados e na seriedade com a qual foi enfrentada a inovação. GeneXus, em um breve lapso, saiu do Uruguai e começou a ser vendido na Argentina, o Brasil, e o Chile. Para o II Encontro GeneXus, a quantidade de clientes triplicou e, além de contar com participantes do Uruguai, também assistiram os primeiros clientes da região.
 

Nicolás Jodal :: "Estávamos fazendo uma revolução"

“Muitas vezes me perguntaram qual desafio encontrava no GeneXus, por que acreditava nessa ideia. A maior motivação para mim era sentir que estávamos fazendo uma revolução. Significava uma nova forma de desenvolver aplicações que fomos descobrindo progressivamente. Um passo foi levando a outro mas nosso horizonte era a revolução, pois entramos em um território onde as coisas eram feitas de uma maneira diferente da que nós sugeríamos e, pouco a pouco, fomos conquistando as coordenadas. Felizmente, no caminho encontramos adeptos à causa, como Karina Santo, Gustavo Proto, Jorge Mastropietro; eles foram os primeiros”. 

“Realizar o I Encontro foi uma decisão certa”

“Ainda hoje me lembro da grande responsabilidade que sentia, misturada com certa ansiedade, mas sempre acreditei que as coisas iam sair bem. Agora que vejo em retrospectiva, quando surgiu aquele problema de performance, o fato de entrar imediatamente em contato com nossos primeiros clientes para lhes transmitir que estávamos resolvendo o problema e realizar o que se constituiu como o I Encontro GeneXus, foi a ação certa. Não apenas porque os problemas são como vitaminas para a inovação e os engenheiros adoram resolvê-los, mas também porque o mais importante foi que transmitimos a confiança de que resolveríamos”.


“Conforme foram passando os anos, cada Encontro foi se superando, e visto à luz de hoje, guardo desse primeiro Encontro a emoção da expectativa, a responsabilidade, a espontaneidade da inovação, do estado de coisas quando recém começam. Do que não éramos cientes era de que esse primeiro Encontro foi o institucional de muitos outros eventos anuais. Felizmente, com o tempo os encontros tornaram-se vitais para a Artech e a Comunidade".

 

Karina Santo :: “Sou nativa GeneXus”

“Minha relação com o GeneXus parte da Universidade, com Jorge Mastropietro fomos colegas, e com Gustavo Proto e Nicolás Jodal, embora não éramos da mesma turma, coincidimos em alguns exames da faculdade. Breogán Gonda, naquele momento, era docente. Enquanto estudava comecei a trabalhar com um software contábil que fazia Breogán, lá pelo ano 1988 usei pela primeira vez GeneXus para desenvolver um sistema de faturamento, depois entrei a trabalhar em cheio na recentemente formada Artech. Eu nasci no GeneXus, porque embora na faculdade tenha estudado Cobol, minhas primeiras aplicações foram feitas no GeneXus”.


“O primeiro Encontro, como todos já sabemos, foi motivado por um problema de performance, as aplicações resultavam muito lentas com o SQL de AS/400, e tivemos que passar a código nativo. Nesse sentido, o I Encontro foi enfrentar um problema e assumir o compromisso para outorgar os níveis de performance requeridos.

Desse dia, nunca vou esquecer algo que disse Breogán: a analogia do GeneXus com o pelicano. Ele explicou que se realizaram muitos estudos que pretendiam demonstrar que o pelicano de acordo a sua estrutura anatômica (forma das asas, peso, altura, etc.,) não tem condições para voar, mas como o ave não sabe disso, sendo inconsciente da falta de condições favoráveis para voar, ela remonta vôo de todo jeito. De alguma forma, isso refletia o que acontecia com o GeneXus, nós éramos uruguaios e naquele momento não havia credibilidade na área tecnológica para um país sem tradição de inovação na área, lembro-me que Breogán concluiu com algo assim como: 'Todos os estudos indicariam que nós não poderíamos voar, mas nós não sabemos, então, vamos voar’. Suas palavras me encheram de entusiasmo".
“Estar no I Encontro GeneXus era como estar no melhor lugar e no melhor momento, gerava em mim um desafio com tudo o que significam os começos, a intensidade do que acaba de começar, suas dificuldades e lindos sucessos. Era uma tecnologia muito nova e, além disso, envolvia certas dificuldades para a compreensão visto que requeria uma mudança de paradigma importante para os desenvolvedores que vinham trabalhando com o Cobol nativo. Mas nosso convencimento vinha do fato de que a idéia era muito forte, descrever em vez de programar e levantar assim os níveis da programação, substancialmente, era muito atrativo. Nesse sentido, vivi as primeiras impressões das pessoas que escutavam as demos, ficavam muito surpreendidas, também acontecia que em primeira instância muitos pensavam que era uma maravilha mas que só funcionava para protótipos, assim tivemos que sair a demonstrar que também servia para aplicações de grande porte”.
 

Jorge Mastropietro :: “Minha sensação era de estar trabalhando numa grande inovação”

No ano 1986, como prêmio de formatura, fui de viagem à Europa, hospedando-me nos albergues. Tinha trabalhado com Breogán na DGSS - o que hoje é o BPS (Banco de Previdência Social). Naquele momento, Breogán era o diretor do centro de cômputos. Antes da viagem, Gastón Mousques -que trabalhava com Breogán- perguntou-me se queria trabalhar com eles ao regresso. Assim, quanto voltei, dediquei-me a passar a código C parte do que estava escrito no Cobol, o coração do GeneXus".


"Eram as origens do GeneXus. Estava trabalhando na gestação de uma tecnologia que eu sentia como muito inovadora, recordo que isso era o que mais me animava do trabalho. Além do fato de que nessa época estava na moda o assunto da Inteligência Artificial e eles estavam com esse tema. Mesmo assim, com a inteligência artificial no horizonte, para compartilhar os trabalhos e as informações entre todos, não contávamos com a utilidade dos computadores em rede nem dos e-mails; trabalhávamos com diskettes, tínhamos um chamado de ‘Cabo’ ”.

“Foi no I Encontro GeneXus que vi pela primeira vez todos os clientes juntos. Só conhecia alguns que iam à Artech. Lembro-me que o público assistente eram 30 ou 40 pessoas e minha sensação foi que estávamos fazendo algo importante que servia a diferentes pessoas e empresas. Isso, por um lado, me deixava muito contente, mas 'nervoso' por outro, pela responsabilidade que envolvia. Era quase óbvio que esse encontro com os usuários não seria o último, mas algo maior pairava no ar, era como uma preparação para os seguintes encontros. Acredito que nesse I Encontro, os clientes se deram conta que trabalharíamos junto com eles para poder resolver os problemas que iriam surgindo”.
 

Gustavo Proto :: “Sentia o mesmo que sinto hoje: que temos uma tecnologia extraordinária!”

“Relacionei-me com o GeneXus desde seus começos porque trabalhava perto de Breogán e Nicolás no desenvolvimento de um sistema contábil que utilizou o irmão de Breogán em sua empresa de contabilidade (a RCG). Eles precisavam de um sistema e eu tinha vontade de fazer um. Minha ideia era vender o sistema e eles me auspiciaram. De fato, o sistema funcionou e foi vendido bastante bem. Durante esse processo fui interiorizando-me com o que estavam fazendo, que era o começo do GeneXus, e me pediram que escrevesse a documentação. Quando decidiram começar a gerar programas para atualizar a base de dados em função da informação das transações, eles me pediram que fizesse um protótipo de programa. A partir deste, Nicolás começou a gerar o código das transações e, depois, fui eu quem ficou com isso.”

“O I Encontro GeneXus foi um grande esforço de organização que, apesar da ansiedade que me causava, assumi confiante porque acreditava firmemente na tecnologia que até o dia de hoje acho inigualável. Tivemos um bom recebimento por parte de nossos primeiros clientes e ficou como resultado o compromisso adquirido com nossos primeiros usuários: tínhamos falado que havia um problema, que sabíamos como resolvê-lo que em curto prazo teríamos a solução. Assim foi e seguirá sendo.
 

 

 

1988   Nasce uma inovadora empresa chamada Artech Contexto tecnológico. AS/400 EM AS/400, foi a continuação da base de dados de System/38 machine (anunciada pela IBM em outubro de 1978 e emitido em agosto de 1979). O IBM System/38 foi o mini ordenador mais bem sucedido da IBM, mas sua arquitetura tinha chegado ao limite. Os primeiros sistemas AS/400 foram entregues em 1988, e a linha de produtos foi renovado continuamente desde então.   1989     GeneXus 1,0 Em 1989 GeneXus 1.0 é lançado no mercado com seu primeiro gerador, denominado RPG e Cobol para AS/400, liberando o gerador FoxPro. O que acontecia no mundo? O Muro do Berlim caiu na noite da quinta-feira dia 9 de novembro para sexta-feira dia 10 de novembro de 1989, vinte e oito anos após sua construção. A abertura do muro, conhecida na Alemanha com o nome de die Wende (a Mudança), foi consequência das exigências de liberdade de circulação na ex-RDA e as fugas constantes para as embaixadas de capitais de países do Pacto da Varsóvia (especialmente Praga e Varsóvia) e pela fronteira entre a Hungria e Áustria, que impôs menos restrições desde 23 de agosto.   1990     Realiza-se o I Encontro GeneXus No I Encontro se fez referência a experiências e necessidades de acordo ao que se pretendia da nova ferramenta, aventaram-se muitíssimas coisas, além do anúncio da nova versão. Foi um momento no qual as propostas dos primeiros usuários para melhorar GeneXus foram incluídas para a versão seguinte.  Foi o que selou a união com a Comunidade, ter perto os criadores do software, sugerir-lhes mudanças e utilidades e que estas fossem incorporadas de um ano para outro. Ao igual a este ano (2010) jogava-se a Copa Mundial de Futebol, mas na Itália. Nas Personal Computer PC utilizava-se Windows 3.0, a primeira versão popular. Isto permitiria executar em modo multitarefa velhas aplicações baseadas no MS-DOS. Windows 3 transformou o IBM PC em um sério concorrente para o Apple Macintosh.